Walcott entretece a narrativa de Omeros cosendo tudo com a finíssima linha de um grito, um acto de rebelião contra toda uma sociedade que está a ser engordada à base de uma «alucinação histérica», condenando todas as formas de frenesim, desde logo esses que levam à apoteose os regimes do folclore, dizendo-nos que, para o artista colonial, o inimigo não eram as pessoas, ou o seu rude sentido estético, que ele sempre foi capaz de refinar e orquestrar, mas antes aqueles que se faziam eleger como protectores do povo, esses agentes fraudulentos que denunciavam as indignidades cometidas contra o abandonar a sua dignidade individual, Diogo Vaz Pinto.
Tradução de Daniel Jonas.
Prefácio de Diogo Vaz Pinto.
Revisão de Madalena Alfaia.
Capa, grafismo e paginação de Luís Henriques.
Maldoror.
Lisboa. Junho de 2022. 392 Páginas, cartonado.
€ 22,00.