Santos (José Hipólito dos) - A Vida Faz-se de Acasos e Valores

Organização de Irene Hipólito dos Santos. 

Este livro é o testemunho de um processo de memória. Através dele assiste-se ao retorno aos mesmos episódios, para encontrar novos sentidos. Na sua experiência na prisão, José Hipólito dos Santos conheceu os limites e as nuances da atrocidade da instituição policial; e foram postos à prova os seus limites pessoais, a sua capacidade física e anímica, não apenas para suportar, mas também para inventar espaços e testar valores de vida. Este é, com efeito, um ponto fulcral do seu trajecto, a que voltará vezes sem conta, pois permite-lhe chegar a lugares de pensamentos distintos. O pensamento assume a forma de uma espiral já que uma rememoração se dá a partir de novos ângulos e prismas. A evocação é distinta, porque a percepção do que acontece evolui. cada revisitação parece transitar para novos patamares, que desvelam marcas até aí sumidas, como se estivessem submersas nos meandros das histórias pessoais. A repetição da lembrança permite a revelação da marca, à semelhança de um negativo, para a tornar visível e comunicável, enfim, para a tornar memória. Esta é uma das belezas da obra, Irene Hipólito dos Santos.

Prefácio de Irene Flunser Pimentel.

Posfácio de Susana Martins.

Revisão de Pedro Morais.

Ilustrações e capa de Ivone Ralha.

Paginação de Pedro Mota.

Livraria Letra Livre.

Maio de 2025. 378 Págs. broch.

17,00 €.


 

Flauta de Luz nº 11 - Boletim da Topografia

Junho de 2025 - 196 pp., 10 €. Ed. e coord. Júlio Henriques. Grafismo Gonçalo Mota. Capa Miguel Carneiro, Ariana Victorino. 

«Habitar poeticamente o mundo é o opos-to de habitar tecnicamente o mundo. [...] É muito difícil habitar poeticamente um mundo infeliz, mas é possível. E é tanto mais necessário quanto o mundo se per-de, se deteriora, se despedaça.» Christian Bobin.


Neste número, a íntima relação entre desenvolvimento tecnológico e destruição é também ilustrada pelo que se passa em Portugal, quando o extractivismo de miné-rios passou a estar na ávida agenda dos governos e se tornou urgente desmontar a grande falácia da «transição energética». No plano global, no dossiê dedicado à Palestina, vemos no tecnológico genocídio do povo palestiniano uma decisiva demonstração daquilo que a civilização euro-americana tem de fatídico: Israel, o Estado criado no Médio Oriente por duas potências ocidentais, a Grâ-Bretanha e a França, aplica agora totalmente o modelo colonial de extermínio com que veio ao mundo o país chamado Estados Unidos da América. E que o Estado sionista inflija um aniquilamento tecno-militar seme-lhante àquele que o Estado nazi infligiu à população judaica é demonstrativo do que significa o actual percurso civilizacional: Gaza é  o destino da humanidade, o pro-gresso  reduz-se ao progresso das coisas. Como mostra Ailton Krenak, «...o programa de longa duração do capitalismo é integrar-nos a todos como clientes e apagar a nossa memória de cidadania.» Dois estudos, «o pior país do mundo?», do naturalista americano Paul Donahue, e «Obsolescência da maldade», do filósofo alemão Günther Anders, expôem as pro-fundas ligações entre desen-volvimento industrial e irracionalismo. Na parte dedicada a África, faz-se «uma descoberta africana»: a rejeição por popu-lações camponesas do Senegal do modo europeu de exploração da terra e do trabalho. este número incluiu humor, poesia e ficção de Abdul Kader El Janabi, Alfred Jarry, As-ma Azaieh, Christian Bobin, David Diop, David Watson, Fadwa Tugan, José Miguel Gervásio, Júlio Henriques, Marilynn Ra-shid, Miguel Bermejo, Slawomir Mrozek. Desenho e fotografia de Acção colectiva, André Lemos, António José Lopes, Atom Gobi, Bruno Borges Jean-Michele, Beaudet, José feitor, Juan R. Fuentes, Mariya neveyetaylo, Miguel Carneiro.

Isidore Ducasse, Conde Lautréamont - Cantos de Maldoror

seguidos de Poesias.

A minha poesia não consistirá senão em atacar por todos os meios o animal feroz que é o homem, e o Criador, que nunca deveria ter engendrado semelhante escória. Os livros hão-de amontoar-se uns sobre os outros até ao fim da minha vida, e no entanto só encontrarão neles esta ideia, sempre presente à minha consciência! (da contracapa).

Com desenhos de René Magritte.

Tradução de Pedro Tamen.

Grafismo de Luís Henriques. Capa de Luís Henriques com desenho de René Magritte.

Maldoror.

Maio de 2025. 331 Págs. broch. Novo.

18. € 


Claudel (Philippe) - O Relatório de Brodeck

Quando regressei do campo de concentração, enchi o fogão com todos os livros de poesia e queimei-os. Via chamas a contorcer as palavras, depois das frases, depois das páginas. O fumo que se erguia dos poemas em chamas não era melhor nem mais nobre, nem mais atraente do qualquer outro. Não tinha nada de especial. Soube, mais tarde, que Nösel fora preso por ocasião das primeiras buscas, como muitos professores e homens cujo ofício consistia em conhecer o mundo e explicá-lo. Morreu pouco tempo depois num campo de concentração parecido com o meu, um campo de concentração igual a centenas de outros que tinham crescido um pouco por toda a parte do outro lado da fronteira, como flores venenosas. A poesia não lhe fora  de nenhuma utilidade para sobreviver. Talvez contribuísse mesmo para precipitar a sua agonia. Os milhares de versos, em latim, em grego e noutras línguas que guardava na memória à semelhança do maior dos tesouros não o ajudaram em nada. Ao contrário de mim, não aceitara com certeza passar por cão. Sim, deve ter sido por isso. A poesia não reconhece os cães. Ignora-os. (da contracapa).

Tradução de Isabel St. Aubyn.

Revisão de Andreia Baleiras.

Capa e grafismo de Luís Henriques.

Maldoror.

Maio de 2025. 323 Págs. broch. Novo.

16. €.


  

Pollock (Donald Ray) - Knockemstiff

Tradução de Manuel Alberto Vieira.

Revisão de Diogo Paiva.

Paginação e capa de Eduarda Fontes. 

Cutelo.

Maio de 2025. 243 Págs. broch. Novo.

15. €


 

Watson (Brad) - Últimos Dias dos Cães-Homens

Tradução de José Lima.

Revisão de Nuno Quintas.

Paginação e capa de Eduarda Fontes.

Cutelo.

Maio de 2025. 


 

Pacheco (Luiz) - O Prato do Diabo

Um Dicionário Pachecal.

Com selecção e organização de João Pedro Jorge.

Língua Morta.

Maio de 2025. 639 Págs. broch. Novo.

22. €


 

Cioran (Emil) - Caderno de Salamanca

Ibiza (31 de Julho - 25 de Agosto de 1966).

Prefácio de Verena von der Heyden-Rynsch.

Prólogo: Manuel Arranz. 

Tradução: Cristina Fernandes.

Fotografias: Diana Paiva.

Contracapa.

S/d. 66 Págs. capa dura. Novo.

10. €.


 

 

Mapa: Jornal de Informação Crítica.

Número 45. Abril-Junho 2025. Trimestral/Ano XIII. PVP. 2. €

Com fronteiras não há paz. Uma conversa sobre a condição dos imigrantes nos campos alentejanos e um projecto de apoio a trabalhadores agrícolas migrantes na Áustria. O relato duma passagem para Otero, centro de detenção para migrantes nos EUA e as suas histórias de violência fronteiriça da União Europeia. Instantâneos do que não devemos esquecer: «não nos encostem à parede» págs 9 a 17 e centrais. Power Rangels - um Soundsystem que construiu um colectivo de mulheres págs. 4 e 5. Sabotar a guerra - a oposição nos dois lados à guerra na Ucrânia: sabotagens e deserções págs. 22 e 23. Gaza está em todo lado - crónicas da violência colonial numa viagem à Palestina. Viver na serra: o futuro no presente págs. 30 e 31. Chocolate amargo págs. 32 e 33. A Belle Époque das lutas Págs. 34 e 35. Louvor das deserções Págs. 38.


Estupida 11 - Revoluções

António S. Oliveira, António Varas, Constança Hinening, Serafim Barbosa, Madame Merteuil, Humberto Rocha, MdP, João Barbosa, Pedro Águas, Sal Nunkachov, António Piolho, Henrique M. Bento Fialho, Carlos Oliveira Santos, César Figueiredo, Rudolfo Lentilha, Raúl Simões Pinto, António Pedro Ribeiro, Rodrigo esCaldas, Claúdio Mur, Odete Espelhos Ínvios, Miguel Sá-Marques, Luís Ferreira, Luís Figueiredo, António Cabrita, António Amaral Tavares, Carlos Oliveira Santos, Bernardo Sá, A. DaSilva O., Carlos César Pacheco, José Dias de Sousa, Fernando Aguiar, Ana Rodrigues, Chupe la Peace, Feliciano de Mira, João Vasco Henriques, Mário Augusto.

Capa: DeCésar & John Maclear.

Arranjo gráfico: Ezequiel Nunes.  

 Director: António S. Oliveira.

NMortas. 

25 de Abril de 2025. 116 págs. broch. Novo.

15,00 €.


 

 

Eça de Queiroz . Ramalho Ortigão - As Farpas

Crónica mensal da política, das letras e dos costumes. 

As Farpas originais de Eça de Queiroz.

Coordenação geral e introdução de Maria Filomena Mónica.

Notas, tabela onomástica e glossário de Maria José Marinho. 

Principia. Novembro de 2004. 2 Volumes. 639 Págs. encadernação editorial. Usado.

28,00 €.


 

Villoro (Juan) - Não sou um robô

A leitura e a sociedade digital. 

Somos os primitivos de uma nova era. Nenhum filósofo contemporâneo tem hoje tanta influência como um algoritmo. Somos a primeira geração de gente a quem é exigido que faça prova de pertencer à espécie humana. Por isso temos de declarar, frente a um computador, «não sou um robô».

Tradução de Helena Pitta.

Zigurate.

Lisboa. Março de 2025. 279 Págs. broch. Novo.

19,90 €.


 

Thoreau (Henry David) - A Desobediência Civil

Traduzido do original americano por João Manuel Gomes.

Antígona. 1987. 60 Págs. broch. Usado.

5,00 €.


 

Aguiar (Cristovão de) - Sonetos de amor ilhéu

Edição do autor.

Coimbra. 1992. 23 Págs. broch. Usado. 

10,00 €.

 

Fisher (Mark) - Desejo Pós-Capitalista

Esta colecção de notas e transcrições académicas, com edição e introdução de Matt Colquhoun, revela o aclamado escritor e bloguista Mark Fisher no seu elemento - a sala de aula - e descreve um projecto que a morte de Fisher deixou tão agridocemente inacabado. Começando pela mais fundamental das questões - «Queremos realmente o que dizemos que queremos?» -, Fisher explora a relação entre desejo e capitalismo e interroga-se sobre as novas formas de desejo que ainda podemos extrair do passado, do presente e o futuro. Do surgimento e fracasso da contracultura nos anos 1970 ao desenvolvimento contínuo da sua linha de pensamento aceleracionista de esquerda, este volume traça um caminho, tragicamente interrompido, para pensar na criação de um novo tipo de consciência e nas implicações culturais e políticas de o fazer. Para Fisher, este processo de tomada de consciência foi sempre, fundamentalmente, psicadélico - mas não da forma que poderíamos pensar... (da contracapa).

Tradução de André Marques.

Introdução de Matt Colquhoun.

Revisão de António Barrancos. Design de João Bicker. Composição de João Félix, Aresta Criativa. Fotografia da capa de Nuno Cera.

VS.

Maio de 2025. 289 Págs. broch. Novo.

22,00 €.


 

Fisher (Mark) - O Esquisito e o Inquietante

Para Mark Fisher, ainda que possam parecer a mesma coisa, o esquisito e o inquietante são categorias distintas sobrenatural, do estranho e do horrendo. O esquisito corresponde ao âmbito da subjectividade: é uma percepção de uma realidade deformada -, enquanto o inquietante corresponde ao absolutamente desconhecido, que é a forma mais pura e intensa de terror. Mark Fisher sustenta que as ficções mais inquietantes e anómalas do século XX têm correspondência com estas categorias, e disso trata o seu livro: dos terrores primordiais canalizados pelo cinema e pela literatura. ( da contracapa).

Tradução de Leonor Castro Nunes.

Revisão de Carina Correia. Design de João Bicker. Composição de João Félix, Aresta Criativa.

VS.

Maio de 2025. 167 Págs. broch. Novo.

18,00 €.


 

Duras (Marguerite) - O Camião

Seguido de Entrevista por Michele Porte.

Tradução e posfácio de Cristina Fernandes.

BCF.

Maio de 2025. 144 Págs. broch. Novo.

14,00 €.