A vida de Darien inteira contradiz esta última asserção. Nenhuma foi mais exposta, por sua conta e risco, contra o crime militar, a lúgubre mascarada religiosa e outras formas de ignomínia burguesa, assim como contra as perspectivas de ditadura estatal, as quais deram a sinistra medida das suas possibilidades desde então. A sua obra, que com ela forma uma só peça, situa-se nos antípodas da «literatura», no sentido em que os poetas podem execrá-la.É o mais rigoroso assalto que eu saiba contra hipocrisia, a impostura, a patetice, a cobardia. Darien, homem revoltado, se os houve, - que Albert Camus se empenharia bem em vão em medir pela sua bitola - permanece até ao dia de hoje a mais alta encarnação do Único que Stirner quis: aquele que do primeiro ao último dia aspirou a ser «o homem livre sobre a terra»,
André Breton.
Tradução, notas e prefácio de Júlio Carrapato.
Editora Sotavento.
Faro. 436 Págs. broch. Fundos.
15,00 €.