Petit (Philippe) - Tratado de Funambulismo

Eis um livro de conselhos para aqueles que ousarão um dia o impossível: caminhar seguros céu adentro e atingir as estrelas. Ele mostra a arte de preencher e iluminar o Vazio, um que se estende por entre duas torres, duas orlas de uma ravina, dois planetas, ou o espaço entre o coração e o espírito. Um fio liga aquilo que teria ficado para sempre separado na solidão. ''Heil! Tem cuidado! '', disse-me um dia um velho índio da floresta virgem virgem da Amazónia, quando toquei num cabo de aço que estava demasiado tenso, ''não faças mal ao cabo, a sua alma é tenra''. Um cabo canta, transpira, eructa e, antes de se quebrar, geme, sofrendo; ao tocá-lo, pode ouvir-se o seu pranto. Quando finalmente se rompe, exala um fumo, as filaças incandescentes inflamam-se de cólera. Sei do que falo, já icei um barco montanha acima: sei que neste livro tudo é verídico. Eis um livro acerca do medo e da solidão, um livro acerca  do sonho e da poesia, das alturas cruéis  e das nobres audácias, do equilíbrio majestoso e da imobilidade de um outro mundo, da queda e da morte. Ele evoca um êxtase que dormita no âmago de cada um de nós, um estado interior magnífico que é como um clarão escondido. Eu presto-te homenagem, Philippe, Homem Frágil do Arame, Imperador do Ar. Como Fitzcarraldo, és incomparavelmente raro e prodigioso: um Conquistador do Inútil. E Inclino-me perante ti com o mais profundo respeito, Werner Herzog.

Prefácio de Paul Auster.

Tradução de Paola D'Agostinho e Luís San Payo.

VS.

2019. 116 Págs. broch. 

14,00 €.